domingo, 15 de setembro de 2013

A história do Ziriguidum



O ziriguidum, revisitado.
 Falo com muito propriedade de um lugar que marcou época em Barra Velha e que até hoje é lembrado com muito nostalgia por aqueles, que como eu, passaram momentos inesquecíveis ao som do "Modern Talking", "Bad Boy Blus" e do "Alphaville". Estou falando do famoso "ziriguidum" uma danceteria alegre e democrática, que foi o maior ponto de encontro dos jovens barravelhenses na década de 80. O local foi fundado por um sujeito chamado Wilson e funcionou inicialmente nas proximidades do antigo Carro de Boi em Itajuba. O nome foi  inspirado no ritmo do samba e no remelexo das mulatas brasileiras, imortalizado pelo sambista Osvaldo Sargentelli . O "ziriga" como se tornou conhecido popularmente viveu a sua fase áurea  quando passou a ser administrado pelo empresário José Roberto Volkmann, o nosso querido "Zezé", que foi também o Discotecário mais famoso do lugar. Uma parte da elite conservadora de Barra velha discriminava o salão, diziam que era um antro de bêbados, de caminhoneiros e prostitutas e que por isto não era recomendado para "moças de família". Mas Independente do que pensavam os  "moralistas da cidade", muita gente se conheceu, namorou e até se casou a partir dos embalos e das noitadas do ziriguidum. A danceteria encerou suas atividades na década de 90.
 

Nota do autor -  O ziriguidum ainda é muito lembrado por todos aqueles que frequentaram o lugar. Por mais de uma década o salão manteve as suas portas abertas para o entretenimento e sociabilidade de muitos  barravelhenses, que gostavam da vida noturna. Todos os sábados e domingos  o Zezé encerava as suas atividades com a musica " o carimbador maluco" do Raul Seixas, que virou uma espécie de senha do final da noite, o que deixava todos os frequentadores muito triste.


O Ziriguidum revistado II
 No período em que o salão foi administrado pelo "Nelson do Nilo", já nas margens da Br 101, ainda havia naquele espaço um pequeno tablado reservado aos músicos, que na maioria das vezes era usado como berçário para crianças, cujos os pais dançavam no local. No calor das vaneiras e vanerões muitas criancinhas ali dormiam despreocupadamente. A titulo do que acontecia no Brasil com a febre das discotecas e já sob nova direção, foi em meados da década de 80 que o "Ziriga"se popularizou de fato, adquirindo uma feição de "danceteria". O repertório das musicas dançantes, os efeitos de som e luzes e o ruído ensurdecedor das sirenes deu mais notoriedade ao lugar, atraindo uma quantidade de jovens cada vez maior! A reprodução de hits como: "cherry, cherry, lady", Sounds Like a melody" e "a world without you Michelle", entre outras, despertava uma espécie de histeria em parte do publico presente, que se organizava em pequenos grupos ou individualmente e criava as mais variadas coreografias (passinhos). Para rapazes e moças de Barra Velha o "ziriga" proporcionou muitas horas de alegria, diversão e lazer, foi o símbolo de uma geração e que por isto mesmo ainda é muito referenciado pelos antigos frequentadores.  

Nota do autor- Em Itajuba havia um grupos de jovens tão aficionados em frequentar o "Ziriga", que chegaram a elaborar uma planta do local. Através deste esboço eles sabiam exatamente onde as pessoas conhecidas ficavam posicionadas no salão. O passatempo destes rapazes era olhar o mapa e dar risadas da postura e dos trejeitos dos frequentadores, onde eles ali também se incluíam.     

terça-feira, 13 de agosto de 2013

 Operação Dragão XI

Em novembro de 1975 realizou-se a primeira manobra simulada de guerra entre o exercito e a marinha na orla dos municípios de Barra Velha, Piçarras e Penha. O desembarque de tanques e homens, assim como todo aparato bélico-militar ocorreu na praia do Cerro, o que despertou a curiosidades dos Itajubenses, que se acomodaram no local para apreciar o acontecimento. A chamada “Operação Dragão XI”, mudou por alguns dias a rotina do Bairro, onde o vai e vem de soldados e blindados passou a fazer parte do cotidiano. A mesma movimentação verificou-se em 1992 com a chegada de navios, Porta-aviões e fragatas, em uma nova manobra de guerra.
 




Nota do articulista- Em novembro de 1975, toda a região de Barra Velha foi palco de uma manobra simulada de guerra entre o exército e a marinha. Na oportunidade, uma divisão de fuzileiros navais (divisão anfíbia), ajudou na reforma da antiga escola Antonia Hegina da Graça Moura de Itajuba. Além das benfeitorias estruturais do prédio, os soldados doaram uma grande quantidade de livros, que serviu para melhorar o acervo da biblioteca, daquela respectiva instituição de ensino. Em 1992 os fuzileiros retornaram para outra manobra de guerra.






segunda-feira, 29 de julho de 2013

Textos sobre a historia de Itajuba, imagem de Theodorina Menegotti Cubas, Alexander MacGregor Grant (mister Grant) e seus filhos,Itajuba Futebol Clube, avenida Itajuba, Hotel de Mister Grant, o naturalista Saint"Hilaire

Itajuba


Itajuba foi por muito tempo uma comunidade isolada, constituída de pescadores artesanais e de pequenos lavradores, que desenvolviam uma economia de subsistência, voltada  para atividade da pesca e da roça. Com a conclusão do novo traçado rodoviário interligando Itajaí à Joinville pelo litoral em dezembro de 1942 e posteriormente a BR 101 na década de 60, a praia passa a ser conhecida e freqüentada por veranistas de diversas regiões do país. Segundo algumas memórias o primeiro  núcleo de povoamento de Itajuba iniciou em meados do século XIX, quando um padre que ali ficou conhecido como João Missionário,  mandou edificar uma cruz de madeira no lugar denominado Cerro. O marco delimitou o espaço físico do novo povoado. Dizem os antigos que toda vez que o símbolo cristão apodrecia e ameaçava cair, o tempo arruinava e não dava mais pescaria.... era o sinal para que os moradores levantassem uma nova cruz. Até pouco tempo os Itajubenses ainda comemoravam no dia 03 de maio, a festa de Santa Cruz.  O nome “Itajuba” advém da etimologia indígena: “Ita” significa “Pedra”, “Juba” amarelo ou branco, que traduzindo temos “ Pedra Branca”. Manoel Aires de Casal na sua “Corografia Brasílica”, do final do século XVIII, anotou que o rio “Tajuba” era navegável, mais a primeira descrição do lugar foi feita pelo Francês Auguste de Saint – Hilaire em 1820, na sua memorável viajem à Curitiba e a província de Santa Catarina. Diz o naturalista:  “......no final das terras planas cultivadas que já mencionei acima, encontra-se a embocadura de um pequeno rio que passa no sopé de um morro no qual havia um sitio. Esse rio chamado Itajuba é navegável. Na maré baixa chegamos ali, porém na montante tivemos que descarregar os cavalos, colocar toda a bagagem numa canoa muito pequena e depois fazer com que fosse levada nas costas dos homens até o alto do morro. O dono do sitio localizado ali no alto tinha mãe, enquanto sua filha já tinha netos... Toda essa região é densamente povoada, mas a uma distância de pouco mais de meia légua do mar não se viam a época de minha viagem senão matas despovoadas e sem donos ......”.   Ainda conforme a descrição de Saint–Hilaire  na época de sua viagem estavam se fixando nessa região os primeiros descendentes de açorianos. O médico alemão Robert Avé-Lallament, que também passou pelas praias de Itajuba em 1858, foi advertido na Penha que o lugar era ermo e perigoso, onde a contento o viajante deve andar com as pistolas carregada.  

Nota do autor- O nome Itajuba advém da etimologia indígena e significa “Pedra Branca”. No bairro existe um importante afloramento rochoso, conhecido como “Costão das Pedras brancas e negras”, que é constituído de rochas ígneas ultramáficas, uma formação geológica de aproximadamente 4 milhões de anos. O sítio geológico localizado ali é raríssimo, e somente em poucos locais do planeta este tipo de rochas se encontra aflorado (na superfície). Dentre os exploradores e viajantes que passaram por Itajuba e que deixaram as suas  impressões sobre o lugar, o destaque é para o francês Auguste de Sant-Hilaire em 1820 e para o alemão Robet Avé-Lallament em 1858.  





Mulheres do Tabuleiro de Itajuba
“...Depois de deixar o sítio onde passei a noite, eu e meus acompanhantes nos afastamos da praia e seguimos um trecho de cerca de uma légua por um caminho que passa por terras muito planas e  interamententes  cultivadas, coisa verdadeiramente rara em regiões afastadas das grandes cidades. Ali os sítios ficam tão juntos um dos  outros quanto as casas  nas imediações do Rio de Janeiro, e a terra, muito arenosa, é coberta por plantações de mandioca. As plantas crescem à beira dos caminhos e nas vizinhanças das casas são as mesmas que se vêem em localidades semelhantes, nas redondezas da capital. Posso citar, entre outras, um Tagetes e o nº 1708, que pertence às quenopodiáceas, família pouco numerosa no Brasil. A medida que íamos avançando, os moradores dos sítios se postavam à porta para nos ver passar. As mulheres não somente não se escondiam, como respondiam com polidez a nossa saudação. Esse dia era domingo e de um modo geral elas estavam bem vestidas, tendo eu notado que, ao contrario das mulheres de Minas, que deixam a descoberto o colo e as espáduas, todas elas usavam um xale de musselina e muitas traziam também a cabeça coberta por um lenço do mesmo tecido...” 

Nota do articulista- depois de deixarem o sítio onde pernoitaram, Auguste de Sant-Hilaire e seus acompanhantes percorreram  um trecho de uma légua entre Barra Velha e Itajuba. Neste percurso o naturalista francês fez algumas observações sobre o tipo de vegetação, a descontração e o costume das mulheres, que usavam xale de musselina e tinham a cabeça coberto por um lenço do mesmo tecido. O registro foi feito em um domingo de abril de 1820.  Sant-Hilaire viajava de São Francisco em direção a Armação do Itapocorói e as suas impressões sobre a região estão no livro “Viagem a Curitiba e a província de Santa Catarina”.


Muriel: o amor impossível de Mister Grant.
Quando o jovem  James Alexandre Grant desembarcou no Brasil em 1908, tinha um único propósito em mente: contrair uma doença tropical  e morrer. Desiludido por um amor não correspondido, “mister Grant”, como se tornaria conhecido mais tarde, não teve coragem de cometer o suicídio, ao contrário, arrumou as malas e partiu para sempre. Das “Antilhas Britânicas” sua terra natal só restou as lembranças. Sobre a mulher que despedaçou o coração do inglês sabemos apenas sussurrar o seu nome; Muriel!  O trabalho de cozinheiro no Rio de Janeiro e como representante comercial da companhia petrolífera “standart Oil” no sul do país, posteriormente, o ajudaram a amenizar as amarguras do passado. Em Joinville apaixonou-se duplamente: pelos encantos da cidade e pela jovem Augusta Burgine Carolina Sofia Adele, filha de um dos mais destacados colonizadores da região. Em 1911 casaram-se James Alexandre e Adele Richlín, confirmando ele a sua condição de respeitável cidadão Joinvillense. No final da década de 30 o destino o levou ao litoral, quando descobriu os encantos de Itajuba. A beleza inigualável do lugar revitalizou em Mister Grant o imaginário quase esquecido das Antilhas Britânicas, o que o influenciou na construção de um hotel, que se tornaria, mais tarde, um dos mais bem estruturado da região norte catarinense.  Além de orquidário, câmara fria e gerador próprio de energia elétrica, o restaurante que era uma das principais dependências do complexo, também  funcionava  como cassino. O hotel viveu o seu esplendor e glamour na década de 40, quando vários casais enamorados, com reservas antecipadas, passavam ali a sua lua-de-mel. Aos poucos a praia das “Canasvieira”, que anos depois foi rebatizada de “praia do Grant”, passou a ser a referência da elite Joinvillense, que buscava nas suas águas calmas e cristalinas, um espaço de socialização e lazer. Segundo alguns remanescentes da família, Mister Grant teria prometido “uma caneca”, um objeto de grande valor pessoal, ao filho que colocasse o nome de “Muriel” na primeira neta, desejo que se concretizou quando nasceu a pequena Muriel Heloísa, filha de Mabel Agnes Grant Martins. Mister Grant faleceu em 1954.
Nota do Autor- Quem foi mister Grant? Um espião a serviço da inteligência britânica durante a II guerra? Um visionário que construiu na praia das “Canasvieira” um empreendimento hoteleiro Ou simplesmente um homem que viveu intensamente e que nunca conseguiu esquecer aquela que teria sido o grande amor de sua vida? A biografia do inglês sempre alimentou o imaginário dos barravelhenses neste sentido. Segundo alguns remanescentes da família, James Alexander Grant veio para o Brasil por conta de uma grande desilusão amorosa. Parte dos relatos foi elaborado a partir de informações fornecidas por Marcos Rafael Santos Machado e da sua sogra Laura Doller Wille (neta de mister Grant). Muriel Heloisa (outra neta) tem hoje 57 anos e vive em Curitiba.  

“DONA DURINA”


Theodorina Menegotti Cubas, foi umas das principais personalidades da historia recente de Itajuba. Por volta da década de 50 instalou-se definitivamente no bairro, onde passou a administrar um pequeno hotel, localizado no atual cruzamento da estrada Geral com a Rua Cirino Cabral. Mulher caridosa de  hábitos simples, sempre manteve um forte relacionamento com a população local, participando efetivamente do desenvolvimento comunitário do lugar. “Dona Durina” como era carinhosamente conhecida entre os Itajubenses, distribuiu muitos lotes de terra de sua propriedade e não cansava de ajudar aqueles que mais precisavam. Todo o ano como era de costume, saia pela comunidade arrecadando roupas e agasalhos para serem distribuídas aos mais desafortunados. Atribui-se a dona Theodorina a idealização da festa de Nossa Senhora dos Navegantes, evento que se repete todos os anos no mês de fevereiro. Para homenagear aqueles abnegados homens do mar com quem conviveu fraternamente, doou também a primeira estatua do pescador, que foi fixada num rochedo na entrada do porto na “Praia do Grant”. Atualmente o posto de saúde da comunidade de Itajuba leva o seu nome.                                 
  

Nota do articulista- Segundo a senhora Maria Pereira Fagundes a “Festa de Nossa Senhora dos Navegantes” foi instituída por conta de uma promessa feita por dona Durina. Quando menina, Theodorina teria se afogado em uma lagoa e no momento de angustia e desespero, clamou pela proteção da santa até conseguir ser salva. No inicio dos anos 60 a benfeitora mandou construir uma gruta na ilha das canas, onde foi colocada a imagem da padroeira dos pescadores. Quatro anos depois, junto com outros membros da comunidade como: Horácio Tomaz, Romuniz Tomaz, Evaristo Lopes Dutra, João Quintino Pereira, Artur Fagundes e João Baruca, ajudou a organizar a primeira edição da festa. Dona Theodorina Menegotti Cubas faleceu em Joinville no final da década de 70.   












algumas imagens antigas de Barra Velha






quinta-feira, 25 de julho de 2013

Síntese da história de Barra Velha

Síntese da história de Barra Velha
A história de Barra Velha inicia aproximadamente a cinco mil anos antes do presente (AP), quando se fixaram na região grupos de caçadores-pescadores-coletadores, também conhecidos como “Homens do Sambaqui”. Mais recentemente, na época do achamento do Brasil, o grupo que ocupava estas terras era de tradição “Guarani”. Por volta do século XVI Barra Velha passou a ser  a porta de entrada de muitas expedições que adentraram para o interior do continente. Através do “Peabiru” (caminho da grama amassada), que iniciava na foz do rio Itapocu, por exemplo, o célebre adelantado espanhol D. Alvar Nunez Cabeza de Vaca atingiu o Paraguai em meados de 1542. As bases do povoamento inicial do município foram estabelecidas pelos Vicentistas (Bandeirantes), a partir de algumas iniciativas de mineração no rio Itapocu em meados do século XVIII. Entre 1790 e 1830 começaram a se estabelecer em Barra Velha os primeiros descendentes de imigrantes açorianos, que contribuíram fortemente na constituição demográfica da cidade e no conjunto de manifestações da cultura local. Em 1842 uma parcela expressiva da população já era constituída de escravos, o que revela a importância e a participação do negro, na construção da história do município. Na segunda metade do século XIX, por sua vez, outros elementos étnicos como alemães e italianos (em menor número) estão se fixando na região.   
 


Nota do autor- A existência de "Sambaquis", "Oficinas Líticas" e material arqueológico, encontrados em áreas específicas do município,são evidências da ocupação humana Pré-colonial de Barra Velha. Registros revelam também, que na época da chegada dos primeiros exploradores europeus, o grupo que ocupava estas terras era de tradição Guarani. O povoamento inicial da cidade foi estabelecido pelos Vicentistas a partir de iniciativas de mineração no rio Itapocu em meados do século XVIII. Já no inicio do século XIX, começaram a se estabelecer em Barra Velha os primeiros descendentes de imigrantes açorianos, que contribuíram fortemente na constituição demográfica da cidade e no conjunto de manifestações da cultura local.


quinta-feira, 18 de julho de 2013

Alguns projetos, trabalhos e estudos

José Carlos Fagundes trabalha da Rede Publica Municipal e Estadual de Barra Velha. È licenciado em historia pela Universidade do Vale do Itajaí (Univali) e pós-graduado em Interdisciplinaridade pela Universidade de Joinville (Univille). Como historiador tem se dedicado a pesquisa e ao resgate da história do Município de Barra Velha e Região. Em 1996 foi responsável pela elaboração de projeto que previa o mapeamento dos sítios arqueológicos de Barra velha, que foi realizado pela equipe do museu de sambaqui de Joinville. O trabalho tinha como objetivo inventariar, caracterizar e localizar o acervo arqueológico da cidade. Em 2001 passou a pesquisar e obter informações sobre a eclosão de um “Movimento Messiânico” que ocorreu no interior de Barra Velha em 1926. Sobre o tema que teve repercurção nacional, chegou a publicar artigos em jornais e na 5ª jornada de pedagogia “Linguagem Artísticas: Construções e processos na educação” (anais), que foi editado em forma de livro pela Univali em 2005. Em 2002 passou a transcrever a memória da técnica artesanal das “Fiandeiras de Tucum” da comunidade de Itajuba. O respectivo resgate lhe deu visibilidade em âmbito estadual, oportunidade em que a “Epagri” lhe convidou para a produção de um documentário. O vídeo de 7 minutos mostra aspectos da cultura de Barra Velha, como a tradição de fazer fios a partir das folhas do tucum, que eram utilizados na confecção de utensílios de pesca, como espinhéis tarrafas e redes. O resgate promoveu tambem o trabalho artesanal de dona Maria Alves, que no dia 24 de setembro de 2009, foi agraciada com o premio “Açorianialidade” conferido pelo Nea (núcleo de estudos açorianos). No mesmo ano passa a desenvolver estudos sobre a obra  e a biografia do fotografo alemão Frederico (Fritz) Hofmam, que conseguiu registrar com suas rudimentares lentes, o processo de fixação de imigrantes alemães no vale do Itapocu, no início do século XX. Parte deste magnífico acervo, ainda desconhecido, estava em poder de alguns de seus descendentes e coube ao professor o trabalho de restaurar e torná-las de conhecimento publico. Mais recentemente o material fotográfico foi cedido a “Promotur” de Joinville para a edição da “71ª Festas das Flores”, cujo tema comemorava os 180 anos de imigração alemã em Santa Catarina. Os méritos do acervo e a biografia do fotografo foi creditado ao historiador. Parte das fotografias de Fritz Hofmann foi utilizada posteriormente para ilustrar o documentário, "Imigração Alemã em Santa Catarina: 180 Anos de Lutas Determinação e Progresso", cuja produção foi subsidiada pela Secretaria de Estado de Turismo, Cultura e Esporte e pelo Funcultural. Em 2007 participou de um projeto desenvolvido pela prefeitura municipal de Barra Velha e caixa econômica federal, que previa a fixação de placas de sinalização histórica nos principais pontos turísticos da cidade. José Carlos Fagundes foi responsável pelos enunciados e as imagens em cada uma das placas. Em 2007 foi um dos colaboradores na denominação “Parque Caminho do Peabiru”, que é a primeira área de preservação ambiental da cidade. No mesmo ano foi um dos organizadores do livro “Perfil Cultural e Turístico da Cidade de Barra Velha”, que foi publicado pela Glück edições Ltda. Em 2009 passou a fazer o levantamento historiográfico do sinistro do vapor Pedro II e o naufrágio do 47º corpo de voluntários da pátria da província da Paraíba, na orla de Barra Velha em junho de 1865. Ainda em 2009 passou a pesquisar e a levantar informações sobre os sobreviventes do navio cargueiro americano “Richard Casvwell”, o afundamento do submarino alemão U-513 e a relação com a cidade de Barra Velha. O respectivo trabalho possibilitou a gravação de tomadas de um documentário sobre a historia do submarino U-513, numa parceria com o navegador “Vilfredo Schurmann”. O historiador promove palestras sobre a história de Barra Velha e durante três anos foi o principal colaborador do Jornal “O Correio do Litoral”. Atualmente José Carlos Fagundes escreve para o jornal "Folha Parati".   

Virado nu'm puim

 Prezados amigos: nas expressões do Barravelhês (linguagem popular de Barra Velha) "Virado nu'm puim" significa: completamente alterado, fora de si, doído.